sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O choque

Sim, acredito que todo mundo seja um pouco de lua, vezenquando. E aqui isso é mais que normal acontecer. Tem dias que eu quero, e outros que não quero mais.
Mas sentimentos como esse que eu sinto hoje, passam na cabeça de todas as pessoas que fizeram um intercâmbio, vieram para a Europa, conseguiram um trabalho ganhando no mínimo 8,65 euros por hora e conseguiram fazer coisas incríveis por aqui com isso. Conseguimos comprar coisas com preços absurdamente baratos comparado com o Brasil (tá, eu sou um pouco consumista sim, admito.), viajamos para o país que queremos, temos uma qualidade de vida boa, na minha opinião, chefe e faxineira são amigos e saem juntos, saem nos mesmos lugares, pubs, restaurantes sem o MÍNIMO preconceito ou desreconhecimento, afinal, somos todos iguais.
Quando que no Brasil vamos encontrar sem querer a faxineira que trabalha na nossa empresa bebendo uma cerveja no bar que a gente sempre costuma ir todas as sextas-feiras com os amigos? Desculpa se isso acontece com vocês, mas comigo, nunca aconteceu. As classes são muito separadas no Brasil, e isso que talvez deixa as pessoas tão revoltadas com esse país. Aqui, todo mundo pode tudo o que os mais ricos podem. Claro, tem suas exceções, tudo tem.
Quando que no Brasil, em uma semana de trabalho sendo cleaner, eu conseguiria comprar um Iphone, ou um Blackberry? Quem sabe então, em duas semanas de trabalho, comprar um computador da sony vaio?
Nos matamos no Brasil pra ganhar uma miséria e não conseguir comprar isso.
E viajar? Meu deus, ir pra Bahia, de Porto Alegre está em torno de 1000 reais, ou mais, não?
Aqui fazemos viagens incríveis por 200 euros (uma semana de trabalho, trabalhando part-time) e isso inclui hotel e comida, já.
Entendo perfeitamente o choque das pessoas que voltam para o Brasil. Disso que eu citei, existe mais coisas, claro. Mas isso está martelando na minha cabeça o dia todo. E isso me deixa irritada.
Por que, por que Brasil?

Ok, estou revoltada hoje. Desculpem-me

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