domingo, 20 de março de 2011

a ilusão do fim

Estou tentando não olhar muito o calendário. Minha mãe me disse que faltam 25 dias. O que eu posso dizer? Preparada? A gente tenta se preparar o máximo pro choque não ser tão grande, e que além de não ver mais as ruas, os lugares, não veremos mais as pessoas, também. E a gente tenta colocar na cabeça que não, que nos veremos outra vez, que o fim não existe, que na verdade ele é uma amarga ilusão. Ilusão? Qual das duas opções eu poderia considerar ilusão?
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ao som de intro - the xx

sábado, 5 de março de 2011

França

Aqui estou eu, de novo. Hoje o dia está cinza e feio, nem dá vontade de sair de casa. Os últimos dias aqui em Dublin foram lindos, com sol e uma temperatura extremamente agradável de 6, 7 graus. Esse clima é pra continuar durante essa semana, tomara. Dias assim me deixam muito mais alegre!
Mas bem...França. Paris.. é uma cidade totalmente turística, talvez esse ponto que tenha me deixado com raiva de lá. Por incrível que pareça, eu não gosto de turístas com câmeras, mapas, gritando, pedindo informações, comprando, fazendo e acontecendo. E Paris é total assim, e uma cidade totalmente busy, ninguém para, um minuto que seja, trânsito louco, pessoas correndo na rua, no telefone, busy, busy, busy.
Logo que cheguei, com chuva, peguei um bus do aeroporto para o centro e, quando cheguei no centro minha primeira impressão foi de pavor. Cidade toda gigante, pensei "o que eu estou fazendo aqui sozinha, meu deus?" Mas continuei caminhando sei lá pra onde, até que um homem começou a falar em francês comigo na rua (isso é outra coisa que me irritou lá. Os franceses pelo jeito odeiam falar inglês. Muitas vezes nas lojas ou restaurantes eu falava inglês com eles, e eles em francês comigo, que ódio) ai expliquei que só falava português ou inglês, um pouco de espanhol, de repente. Começamos a falar inglês, e, que ódio dele, pois ele é das arábias, então fala árabe, alemão (ele já morou lá e, assim como eu, é o lugar preferido dele), inglês, francês. Ele me convidou pra tomar um café, já que estava chovendo bastante naquela hora, então eu fui. Meu primeiro café em Paris, que lindo. Conversamos bastante, ele me ajudou a encontrar meu hostel, me indicou o caminho e nos despedimos. Foi a pessoa mais simpática de Paris que eu conheci.
Demorei bastantinho tempo pra encontrar o hostel, mas cheguei depois de pegar o metro (ee, consegui me virar sozinha no metro. ps: eu odeio metros, sempre me confundo toda).
A cidade é muito bonita, com estátuas de ouro e tal, eles gostam mesmo de aparecer, franceses antipáticos e outros trovadores demais, sem um meio termo, sabe? Homens chatos vendendo torres eiffels, comida cara, roupas caras, tudo caro. Encontrei a salsicha mesma que a do Brasil e fiquei feliz (aqui só temos salsicha de porco, sim). Fiquei 4 horas no Louvre e não conheci metade daquele lugar enorme, vi a Monna Lisa, obras de michelangelo, obras que meu professor de história da arte mostrava em slides para nós e, agora eu podia ver com meus próprios olhos, exposta no museu do Louvre. Foi incrível.
A igreja Notre Dame é linda demais, a torre eiffel parece de mentirinha, quando olhava pra ela, era quase impossível acreditar que eu realmente estava lá. Champs Elysees é demais (mãe, tu ia amar essa rua, de lojas lindas, lindas), praça de luxemburgo linda (enquanto estava caminhando nela, abriu um sol gostoso, foi legal). Não me emocionei tanto quanto as pessoas falam que se emocionam quando sobem na torre eiffel. Os banheiros públicos NAO EXISTEM, de tão demais que são. Segue a foto e a explicação: Aperta naquele botãozinho e a porta abre automáticamente, então você entra, aberta no botãozinho e fecha. Uma mulher fica falando em francês com você, fazendo companhia (ha), depois só sair a porta fecha sozinha e o banheiro se "auto-limpa" sozinho!!! é ótimo, sério. banheiro sempre bem limpinho. Agora sei, existem banheiros públicos de graça, limpos! =) só em paris, mesmo.
Mas né, dessa vez minha viagem teve uma parte muito ruim. O hostel que eu fiquei era muito ruim (the three ducks, já digo o nome pra ninguém nunca ir lá), chuveiro horrível, banheiros só no corredor e o corredor era na rua, então era frio... E nos quartos não haviam armários pra colocar as coisas e trancar com chave, então no domingo, quando fui tomar banho, deixei minha bolsa por 5 minutos em cima da cama, para tomar banho, e havia um brasileiro filha da puta (sim, brasileiro, tinha que ser. Sabem, eu tenho vergonha de dizer que sou brasileira aqui, muitas vezes. e é triste isso, mas é a realidade. Os brasileiros mongolões fazem merda, e depois os europeus não gostam de brasileiros, todos acabam pagando pelos maus) voltei, fui dormir. No outro dia estava no centro, fui comprar uma coisa e... cadê meu dinheiro? Na minha carteira, apenas o ticket do bus para voltar estava lá. Fiquei chateada mais porque era o único dinheiro que eu tinha lá na França, só tinha mais 5 euros no bolso, meu cartão da irlanda não funcionou lá, e o cartão do meu pai, que eu não gosto de sair usando. Isso estragou minha viagem, não pude ir no moulin rouge e no café da Amélie, porque tinha o dinheiro contado pro metro. Me deu um ódio mortal de brasileiros e de Paris, voltei pro hostel e fui pro aeroporto no outro dia, voltar para Dublin. Esse foi o fim da minha viagem, nada como eu gostaria, mas né. Experiências, experiências, sempre =)
No fim foi muito bom voltar pra casa, de novo. Ver meus amigos, minha família. Na verdade foi um pouco triste, pois quando voltei tinha um recado no nosso quadrinho de recados aqui em casa, do Yuri, que nos deixou no dia 28. Me deu um choquezinho, pensando poxa, tá chegando a nossa hora, a hora de nos separarmos, é tão ruim sem ele aqui, assim como foi ruim quando o Jonas foi embora também. A gente pensa que está, mas nunca está totalmente preparada pra "perder" alguém. Pelo menos ainda vou ver ele, antes de ir embora. E depois, em São Paulo. Tenho muitas desculpas pra viajar agora =)

quinta-feira, 3 de março de 2011

Húngria

Ops.. acho que esqueci que tenho um blog. Estou postando mais pra manter o pessoal do brasil atualizado, pois resolvi, pela primeira vez, levar meu caderno junto (melhor coisa que eu fiz) e tenho tudo guardadinho, nos melhores detalhes ali dentro (morram de inveja, nunca vão saber tudo, ha).
Bem, Húngria? O melhor país que já conheci, e vai ficar marcado por muito tempo no meu coração. Não, sei, acho que tive uma paixão meio imediata por Budapeste. A cidade me parecia tão familiar, foi tão fácil caminhar naquelas ruas, andar, conhecer... Parecia uma cidade de algum sonho que tive alguma vez, não parecia realmente existir.
Húngria é um país muito antigo, muito mesmo. A primeira ponte foi construída em 800 e poucos. Linda. Toda arquitetura daquela cidade é antiga, digo, antiga mesmooo. A cidade é dividida em duas partes, Buda e Peste. Peste seria a parte nova (que é no min. 3x mais velha que o Brasil) e Buda, parte antiga.
Buda é linda, montanhosa, com castelos e prédios realmente antigos, alguns em pedaços. E Peste é totalmente plana onde existem mais praças, parlamento, etc. É fácil se localizar lá, se está vendo muitas montanhas, pode ter certeza que está em Buda, e plano, Peste.
Meu hostel era simplismente adorável. A staff já estava me esperando na porta, pulando de alegria que eu era do Brasil, dizendo algumas palavras em português. O hostel parecia uma pensão, pessoal dormia mais ou menos juntos, todos muito queridos, tinha uma sala querida, com tv, computadores, chá e aquecedor. Não tenho o que reclamar, foi perfeito tudo nessa viagem.
Fui em uma feirinha típica, linda, barata. Barato. Falando nisso, meu deus. Me senti a pessoa mais rica na Húngria! E tirei proveito disso, abusei. Limpei o chão daquele pub pra que? Claro, pra ter conforto pelo menos, ha. Comi muuuito, caminhei muuuito, comprei várias lembrancinhas.
Fui no museu house of horror e percebi como a Húngria sofreu com a segunda guerra, não tinha nem noção do que aconteceu nesse país, e agora sei.
Apesar de estar numa cidade perfeita pra mim, foi muito bom voltar para a minha Irlanda. Como é bom estar em casa, e como é bom morar aqui. Como é bom estar em casa com os meus flatmates, com meus amigos, no meu cantinho.
Alguns já foram embora daqui de casa, outros estão indo. A saudade tá começando a bater sem eu nem ter ido embora. Vai machucar muito ter que pegar aquele avião de volta pro Brasil e deixar tudo que vivi aqui, na minha mémoria e nas fotografias, apenas.
Logo mais, faço o post da minha viagem a paris, que não foi das melhores. Tudo que deu certo na húngria, deu errado em Paris. E isso me fez desistir de ir para a Itália, sozinha.