sábado, 25 de setembro de 2010

5 meses

Esses tempos tomei a decisão daquela estranha sensação que tinha de não conseguir decidir o que fazer da minha vida. Tem gente que consegue ir levando, eu, se não tenho uma coisa resolvida fico nervosa, as vezes nem durmo de noite, só pensando em como resolver o meu problema. Sei que tem coisas na vida que não adianta, temos, infelizmente, que esperar. Mas a minha vida, não pode.
Decidi que volto pro Brasil, em abril, dia 15. Um ano após a minha chegada.
Dá uma tristeza, ter que deixar a minha cidadezinha, linda, da europa. Com as casinhas pequeninas, sem um apartamento alto, bonito de se ver. Aquele ar antigo, parques bem cuidados que a gente pode sentar e tomar um sol, deixando a bolsa do lado, sem precisar se preocupar em ser assaltado, ou deitar em cima de um cocô de cachorro. Poder caminhar as 4am na rua, e que, o máximo que vai acontecer é vir um estrangeiro ou mesmo um nativo bebâdo encher o teu saco, nada demais pra pessoas com paciência.
É poder ter aquela companhia pra tomar um vinho de noite, assistir um filme ou rir de coisas idiotas, fazer jantas ou resolver sair do nada enquanto já estava de pijamas.
Poder se jogar na poltrona do restaurante do trabalho, roubar comida da cozinha do trabalho, pegar um chá, café ou suco e ficar meia hora conversando, até que alguém quase nos ver.
Ter a liberdade que eu sempre quis, e mais um  pouco. Poder fazer o que eu bem entender e quando eu bem entender.
Viajar barato e conhecer culturas diferentes em lugares perfeitos que não existem no Brasil.

Mas a gente não pode sempre sonhar, sonhar, sonhar. Precisamos acordar, também.
E eu sei, que muita coisa vai mudar quando eu voltar pro brasil. Minha liberdade ainda vai estar perto de mim. Existem algumas coisas que mudam, e que são impossíveis de voltar ao normal. A gente cresce, a gente amadurece.~
São 5 meses aqui, e já tenho tudo isso pra contar, pra sentir saudades quando eu voltar. Imagina quando chegar perto, não sei se vou aguentar.
Vou deixar coisas que eu amo aqui na europa, e que não sei se algum dia vou ter novamente.

Próximas viagens: Paris, em 8 dias.
E, se tudo der certo, em novembro, estou indo visitar uma amiga em Amsterdam, seguindo depois para Barcelona.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Alemanha

Quero aproveitar agora, que estou com todos os papéis, fotos e recordações quentinhas na minha cabeça ainda, pra postar aqui, pois na viagem de Londres demorei muito para postar e acabei perdendo muita coisa que eu queria muito lembrar.
Fui dia 06 de setembro para a Alemanha e voltei hoje. E o que posso dizer? O lugar é perfeito! Berlim é linda demais, não imaginava que era tão bonita e tão estranha, ao mesmo tempo.
Eu sempre fui muito ligada a história da segunda guerra, judeus, nazistas. Sempre gostei de ler livros, assistir filmes e qualquer conversa sobre o assunto eu estou ouvindo. Então pra mim foi muito bom estar lá, poder encostar no muro, ir no museu dos judeus e ler tantar outras histórias daquelas que sabemos sobre o que acontecia naquela época. E ir com meus avós foi a melhor coisa que eu podia ter feito. Eles foram os melhores "guias turísticos" que eu poderia ter. Minha vó sabe muita coisa sobre berlim e, ela pode ir me contando tudo que sabia sobre os lugares que a gente passava. Fora que, eles estiveram em Berlim várias vezes, principalmente enquanto o muro estava sendo derrubado, em 1989/1990. Foi mágico e uma super aula de história!
Dia 06, saimos daqui pela manha, com chuva (obviamente) e chegamos lá com um sol muito forte! Mas frio. Na Alemanha é mesmo muito frio. Chegamos no aeroporto de Frankfurt Hahn onde o Alois e a Beatrix estavam nos esperando (pra quem não sabe, eles são amigos da nossa família. Estamos sempre indo pra Alemanha ou eles nos visitando no brasil, sendo essa, a primeira vez que eu vou visitar eles). Se eu não me engano eles moram em Köhl Bonn e demora mais ou menos 1h40min do aeroporto. No caminho já pude ir percebendo que na Alemanha existem milhares de vilarejos, poucas cidades grandes. É um monte de estrada sem NADA e do nada, um pequeno vilarejo. E num desses eles moram. E foi lá que eu fiquei. Chegamos na casa da Rita, que nos recebeu muito bem (alemães são grossos mesmo, nunca duvide disso. Dificilmente se eles não te conhecem vão abrir um sorriso pra ti. Isso que me deixou um pouco nervosa, muitas vezes, em berlim) e com uma mesa enorme de comida típica. Meu deus. Posso dizer que ai, engordei uns 10 kilos. Salsicha, salame, mostarda, salada de maionese, queijo, e milhares de coisas que eu não faço a idéia do nome, foi lindo. Tive vergonha de tirar foto, até porque todo mundo falando alemão, eu não entendia bulhufas e estava nada.enturmada.

Lá conversei com a Jennifer, que tem 16 anos. Poucos deles sabem falar bem inglês. Ela sabia, então aproveitei a oportunidade de conversar com alguém.
Ficamos lá até o fim da tarde e logo mais fomos para a casa da Beatrix, onde dormiriamos. A casa é meio estranha, com enfeites bizarros. Tinha um tigre de pedra no banheiro e o filhotinho dele tambem. Foi estranho tomar banho tendo que olhar aquilo. Milhares de luzes, talheres banhados a ouro e todo esse tipo de coisa. Naquela noite dormi no quarto da Kathrin (que tem um ano menos que eu, filha do casal) pois ela não dormiria em casa (medo).
Logo cedo (5:30am) seguimos para uma cidadezinha, digo, vilarejo, para pegar o trem, pois haviamos comprado europass. O trem é demais! lindo, diferente, demais. Eles serviam ferrero rocher no trem e tudo mais haha me senti nas nuvens por alguns momentos.
Vem, vai, sai de trem, entra em trem, 4h30min depois, chegamos em Berlim! Não posso esquecer de falar da pontualidade deles. Se eles falam 2:31 é porque realmente o trem vai sair em 31 minutos! sem nem mais um segundo de acréssimo.
Chegamos em berlim, procuramos um hotel, deixamos nossas coisas e já fomos fazer um tour pela cidade. E foi ai que eu já me apaixonei. Tudo organizado, bonito, limpo, pessoas bonitas e estilosas. No fim paramos no Charlottenburg e comemos uma massa italiana no restaurante de um italiano tarado. (sem mais detalhes) Fomos para o Hotel, dormimos e no outro dia as 7am já estavamos tomand café pra poder conhecer todos os lugares da minha listinha.
Dos lugares que me marcaram, foram esses:
Museu dos judeus (realmente historias chocantes, pertences dos judeus, ultimos sinais de vida, ultima carta e tudo mais) Pra muito gente aquilo é meio ridículo, mas pra mim, realmente me deixou uma marca grande.
Checkpoint Charlie, que era o único meio das pessoas passarem de um lado para o outro do muro, naquela época. Foi por ali que eu comprei meu pedacinho do muro de berlim =}

East Gallery que é a parte do muro de berlim que eles renovaram para as pessoas poderem pintar no muro. Tem pinturas extremamente LINDAS.

Muro de Berlim, óbvio. Sem palavras de como eu gostei de estar lá e tocar no muro e aprender, mais uma vez, um pouco mais sobre ele.

Charlottenburg me marcou bastante também, porque lá tem os melhores restaurantes de berlim haha
Não entrei no Alexanderplatz, achei que não valia a pena gastar aquela fortuna pra olhar belim de cima e em 360 graus.
Ahh, e a maioria das sinaleiras para pedestres de Berlim, são assim:

Muitas coisas bagaceiras, erotic stores em casa esquina.
Na Alemanha, a salsicha do cão quente é 350 vezes maior que o pão.
A cerveja de lá realmente é FANTASTICA.


E o meu vô conseguiu perder os nossos europass. SIM! ele perdeu a bolsinha dele, com o diário de viagem dele, os europass de primeira classe, passagens de avião pra voltar pro brasil e a carteira de motorista internacional. Corremos berlim atrás disso, mas não tivemos sucesso, ficou perdido por ai. Isso meio que estragou a viagem pro meu vô. Jantamos e fomos pro hotel, dormir.
No outro dia, quinta-feira, estava chovendo. Resolvemos que iriamos tomar café da manha e voltar pra Köhl Bonn. Compramos nossas passagens de trem, segunda classe agora, e voltamos. Eu achei a segunda classe mais interessantes. Pessoas mais interessantes, apesar de muita gente.
Chegando lá, a beatrix fez um mini turismo comigo no vilarejo dela e vi que cada vilarejo tem tudo que as pessoas precisam pra viver. Nada mais e nada menos. Talvez eu aguentaria um mês lá, sem pirar. haha
Gostei do centro comercial. Por que aquilo realmente é um CENTRO COMERCIAL. tudo, tudo que tu imagina tem lá. Demais, enorme. Lá ela me deu um presente, recodação da família Höfe, ela disse. Ganhei um ursinho de pelúcia (já que aqui eu não tenho nenhum, e eu sinto falta disso, SIM) e um caderno novo, pra escrever, lindo.
Chegamos em casa, tinha café da tarde, mesa linda, bolos gostosos e café com leite condensado (siiiim, e é muito bom).
Ela é cabelereira, se ofereceu pra cortar meu cabelo, já que eu cortei esses tempos e ficou realmente... ridículo. Agora ficou bom, me sinto melhor tendo um corte de cabelo de novo. haha
Jantamos, mesa linda, salame, salsicha, sopa e tudo de novo.
Dormimos
Café da manha, mesa linda, salame, salsicha café com leite condensado e tudo de novo.
PS. engordaria horrores morando lá, entendo o porque das alemãs serem gordinhas.
e, infelizmente, voltei pra cá tendo que pagar 30 euros pra RYANAIR porque na Alemanha é a única porcaria de lugar que eles examinam se a mala vai entrar nas medidas certas deles, e a minha não entrou. óbvio, com ursinho de pelúcia dentro, como entraria?

....

Eu amei estar com meus avós, e eu já sinto falta deles.
Lembrei que sentia falta de tantas coisas, carinhos, mordomias que eu tinha antes, e que aqui, sozinha, eu não tenho.
Lembrei que eu tenho uma família que me ama muito, e que está me esperando de braços abertos no Brasil, pra hora de eu voltar. E que eles sentem a minha falta.
Eu não pude fazer todas as coisas que eu faria, se estivesse com um amigo ou mesmo sozinha. Mas acho que ganhei muito em troca e essa viagem foi muito boa e marcante pra mim. Me apaixonei por lá e volto a qualquer minuto com qualquer convite.
Toda volta de viagem é meio triste pra mim, talvez porque, todas as que eu fiz, deixei alguém que eu amo no país que eu estava partindo. É triste, mas a gente acostuma que, pra ter algumas coisas, precisamos deixar outras. E que no final, tudo vale a pena.
Bem.. amo a Alemanha e indico Berlim como um país ótimo pra viajar e conhecer, pra quem gosta de um pouco de história!



PS. Na foto, um pedaço da família Höfe.
PS2. MEU DEUS, como falar alemão é difícil.

domingo, 5 de setembro de 2010

um pouquinho do brasil, aqui comigo.

Um post pequeno, hoje. Afinal, estou nas pilhas para a minha viagem de amanhã, é íncrivel como uma viagem faz bem. Mesmo antes de ir me deixa feliz e de bem com a vida! mas não queria deixar de fazer um post falando da visita dos meus avós aqui em Dublin.

Eles chegaram quarta-feira. Foi muito bom poder ver eles depois de 4 meses longe. É uma sensação muito boa, poder abraçar alguém que se ama muito, e que fazia muito tempo que não via.
Tentei mostrar o máximo de lugares possíveis daqui de Dublin para eles. Acho que gostaram bastante. E perceberam, também, a quantidade de brasileiros vivendo por aqui. Por isso eu digo: Querido brasileiro, se você quer vir para cá estudar inglês, prefira outro lugar, porque aqui é capaz de você falar mais português que no Brasil. Ok, estou sendo bem exagerada, mas, que tem muitos brasileiros aqui, tem.
Falando em inglês, com meus avós aqui eu pude perceber como meu inglês está melhor. Como eu tinha que ajudar meus avós e pedir as coisas pra eles, eu vi como eu consigo me virar bem no inglês. Falar e entender bem. Fiquei muito feliz com isso! haha
Enfim, acho que foi muito bom ter eles aqui comigo. Ter um pouquinho da minha vida no brasil, aqui comigo. poder mostrar um pouco do que eu vivo aqui, e como é lindo o lugar que eu escolhi viver por um ano. não canso de dizer isso =)
e amanhã, alemanha! ufa. Breve um post que preste aqui